Conhecer os alimentos compatíveis com o seu organismo é fundamental

A PESQUISA INDIVIDUALIZADA SOBRE AS INCOMPATIBILIDADES ALIMENTARES, SERVE PARA DESCOBRIR OS ALIMENTOS QUE DESENCADEIAM OS DESEQUILÍBRIOS ORGÂNICOS
As intolerâncias alimentares se caracterizam por uma reação do organismo provocada pela deficiência no processo de digestão de determinados alimentos. O que é saudável para uma pessoa pode causar doença em outra.
Vale esclarecer que intolerância alimentar é diferente de alergia alimentar.
As alergias alimentares são mais fáceis de serem identificadas, pois você ingere um alimento e seu corpo reage com mal estar, provocam reações diretas no sistema imunológico como coceiras na pele, manchas, asfixia, reações agressivas e muito perceptíveis imediatamente após a ingestão de algum alimento.
Já as reações provocadas pelas intolerâncias alimentares se confundem com sintomas diversos, são os efeitos retardados de certas substâncias em nosso metabolismo, que nos levam a quadros graves porque continuamos a auto – intoxicação durante longo tempo e, sem a comprovação deste efeito em nosso corpo, continuamos a sentir este ou aquele desconforto sem reconhecer a causa.
O resultado da alimentação incompatível ao nosso organismo pode demorar anos para ser percebido. Os efeitos podem se camuflar e passar longo tempo, minando a nossa saúde sem percebermos o que está acontecendo como olheiras, enxaquecas, cansaço sem causa conhecida, gastrite, estufamento gástrico, constipação ou diarréia, coceiras e inflamações de repetição entre outros. Em geral, estas reações normalmente são exaustivamente tratadas sem um bom resultado, ou após o tratamento, o sintoma reaparece.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 42% da população mundial têm alergia ou intolerância à lactose. Coreanos e asiáticos, em geral, chegam a quase 100%. No Brasil, esta intolerância atinge pelo menos 50% da população. Ainda diz a OMS que 65% das doenças de diagnóstico impreciso e terapia incerta são de causa alimentar.
INCÔMODOS

Os alimentos intolerantes podem estar em meio àqueles que sempre fizeram parte da nossa dieta. Alimentos comuns, com propriedades nutricionais boas, mas que, no entanto, de acordo com a individualidade bioquímica se tornam extremamente prejudiciais, fazendo com que muita gente conviva por toda a vida com sintomas incômodos sem suspeitar que eles são causados por alimentos.
Hoje se sabe que uma série de sintomas indesejáveis causados pelas intolerâncias alimentares se dá pelo fato de as mesmas provocarem o aumento da permeabilidade intestinal.
A permeabilidade intestinal resulta de uma alteração na mucosa do intestino. Sua principal característica é o aumento no espaço entre as células do revestimento, com uma conseqüente irritação da mucosa ou inflamação. Assim, materiais estranhos como fungos, bactérias e proteínas entram com maior facilidade para a corrente sanguínea. Na língua inglesa este fenômeno é denominado leaky gut. A penetração de materiais indesejados no sangue altera o sistema imune e a detoxificação hepática podendo levar a quadros de sensibilidade química, alergia alimentar, doenças auto-imunes, psoríases, dermatites, eczemas, fadiga, além de comprometer os mecanismos de absorção de vitaminas, minerais, e todos nutrientes provenientes da alimentação que são absorvidos normalmente através das vilosidades saudáveis do intestino.
FLORA

Outro fator ligado a permeabilidade intestinal é a chamada disbiose, que é o desequilíbrio da flora intestinal. Nosso intestino é colonizado por uma infinidade de microorganismos. Cerca de 50 trilhões! A nossa flora intestinal benéfica é composta de bactérias que são indispensáveis ao nosso sistema imunológico, como saccharomyces boulardi e o bifidobacterium. Estas bactérias sintetizam antibióticos naturais e vitaminas importantíssimas, como as do complexo B. Outra vitamina sintetizada a partir de lactobacilos é a vitamina K.
Em experiências com animais, quando se deseja provocar neles uma carência de vitaminas, a técnica mais rápida é promover a destruição da sua flora intestinal. Esta destruição é causada pelo uso excessivo de antibióticos, anti-inflamatórios, anfetaminas, álcool, alimentos intolerantes, entre outros agentes agressores que provocam o aumento da permeabilidade intestinal e fazem com que bactérias nocivas (que provocam doenças) ganhem terreno. Com este desequilíbrio a absorção de nutrientes é diminuída, toxinas se combinam com proteínas de alimentos, bactérias patogênicas se instalam com maior facilidade. Fungos como a cândida se proliferam na ausência da boa flora intestinal, além de parasitas e metais tóxicos que ultrapassam a barreira da mucosa facilitada pelo aumento de sua permeabilidade.
Uma flora intestinal íntegra disponibiliza a correta absorção de nutrientes provenientes da nossa alimentação. Ela também regula nossa digestão, protege o organismo favorecendo uma maior eficiência do sistema imunológico e impedindo inflamações repetitivas, ou seguidas infestações por fungos e bactérias patogênicas.
A ALIMENTAÇÃO NA ORIGEM DAS DOENÇAS AUTO-IMUNES, ALÉRGICAS E DEGENERATIVAS
A dermatite herpetiforme é consequência de uma resposta imunológica contra um peptídeo da gliadina (proteína do trigo, da aveia, e do centeio). A exclusão destes três cereais da alimentação permite a cura da doença.
As moléculas não digeridas adequadamente interagem com o sistema imunológico provocando como reação a produção de anticorpos que atacam o próprio organismo. Acumulam-se toxinas nos órgãos, uma lista de doenças conhecidas podem ter esta explicação: lupus, fibromialgia, doença de crohn, poliartrite reumatóide, alergias, asma, segundo o Dr Jean Seignalet (Faculdade Medicina de Montpllier) médico francês, pioneiro em transplante renal com mais de 230 publicações científicas em inglês e francês.
Para o Dr. Seignalet, o regime alimentar e as suas consequências bioquímicas e imunológicas podem ser considerados a causa menosprezada da generalidade das doenças autoimunes, alérgicas e degenerativas para as quais a investigação médica não tem encontrado a causa nem a solução terapêutica definitiva.
Consequentemente, a correção do regime alimentar passa a ser um pilar incontornável e obrigatório para poder obter eficácia, qualquer que seja o tratamento a aplicar a um doente crônico.
Nas suas palavras “é hoje possível compreender o mecanismo de numerosas doenças consideradas como misteriosas e é possível melhorar ou tratar a maior parte dos indivíduos atingidos, por um regime alimentar bem escolhido”.
O SISTEMA DIGESTIVO AFETA AS NOSSAS EMOÇÕES

“O papel dos intestinos na saúde humana vai muito além do que as pessoas normalmente supõem… Na realidade, são muito mais do que uma passagem para a excreção do que sobrou dos alimentos!
Merecem ser considerados como sendo o segundo cérebro por uma boa razão: há neles uma rede de 300 milhões de neurônios!! Fabricam melatonina e outros neuropeptídeos intestino-cerebrais e mais de 40 substâncias para a rede neuroendócrina imunológica, inclusive 90% da serotonina, cuja carência está envolvida na depressão, na ansiedade, na agressividade, no pânico e na obsessão. Portanto, o bom funcionamento dos intestinos é de vital importância para o cérebro!!”
Dr Callegaro, Juarez Nunes, psiquiatra ortomolecular
Mente criativa: a aventura de um cérebro bem nutrido ed. Vozes, pág 33
A INTEGRIDADE INTESTINAL
“A capacidade de absorção intestinal, pode ser comprometida pela permeabilidade das suas paredes (ou seja, por ‘furos’). Na presença desta permeabilidade, o intestino libera para o organismo proteínas ainda não devidamente digeridas, o que abre caminho para as alergias e intolerâncias alimentares.
Além disso, permite que toxinas produzidas por cerca de 50 trilhões de microorganismos nocivos passem para a corrente sanguínea, dando origem a processos depressivos e, assim criando compulsão por açúcar, como ocorre no caso da cândida albicans e do clostridium difficile.
A permeabilidade intestinal tem dois causadores básicos:
Um deles é a disbiose, quando o organismo perde a capacidade de sintetizar as vitaminas K e do complexo B. A disbiose causada por alimentação deficiente, resultando no desequilíbrio da flora, que abre espaço para que germes oportunistas proliferem sem controle e inviabilizem a ação dos benéficos por desvantagem numérica.
Mas além da alimentação que intoxica, o aumento da permeabilidade intestinal é causada por mais um réu: o uso por tempo muito longo de corticóides, antibióticos e anti-inflamatórios e até mesmo anticoncepcionais.”
Dr Callegaro, Juarez Nunes, psiquiatra ortomolecular
Mente criativa: a aventura de um cérebro bem nutrido ed. vozes, pág 34
COMPOSTOS OPIÁCEOS
O trigo e o leite de vaca contém proteínas que ao serem má digeridas transformam-se em compostos opiáceos, podendo gerar certa dependência. Esses compostos são as gluteomorfinas e caseomorfinas. Observe-se em relação a necessidade incontrolável de ingerir determinados alimentos, essa dependência pode estar sinalizando uma incompatibilidade alimentar.
A DIFICULDADE DE EMAGRECER
O conhecimento sobre as intolerâncias alimentares é a chave para o sucesso em uma dieta. No caso da intolerância ao glúten, mesmo que este alimento seja consumido de forma moderada, resultará no metabolismo lento, na dificuldade de eliminação de toxinas, interferindo no funcionamento da tireóide. O organismo precisa da ausência desta proteína para reverter essa dificuldade de emagrecer. Se o problema for o leite, pela presença da caseína, lactalbumina e lactoglobulina, deve ser retirado da dieta.
NUTRIÇÃO FUNCIONAL INTEGRATIVA
Com o avanço da ciência da nutrição temos condições de reorganizar o equilíbrio orgânico. Isto se dá através da indicação de alimentos adequados para cada organismo, a reconstrução da boa flora intestinal através da reposição de lactobacilos e o equilíbrio dos nutrientes que são precursores de todas as reações bioquímicas que fundamentam nossa saúde. Medidas como estas alavancam nosso bem-estar e nos proporcionam maior qualidade de vida!